terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Parque D. Maria II

O tórrido calor que assolou o País neste Verão, traduziu-se num dilema para os tirsenses que não têm posses para ir para o Algarve, nem para as Caraíbas - e são cada vez mais: para onde fugir do calor? A resposta imediata devia ser: Parque D. Maria II. O problema é que poucos tirsenses elegem este magnífico espaço de lazer para desfrutarem, para relaxarem, para descansarem.
A culpa é de quem? Da gerência da Casa de Chá (uma nova gerência, porquê?)? De outras opções mais satisfatórias - jardim dos Carvalhais, Parque da Rabada...? Da falta de uma estratégia pensada, estruturada e concertada para devolver ao Parque D. Maria II a vida, o bulício, a animação, a alegria, que já teve?
De tudo um pouco. Fundamentalmente, é culpa de quem não entende que a solução para o Parque D. Maria II retornar aos bons velhos tempos não está em fazer intervenções pífias no próprio parque.
A solução está em olhar para o que existe em volta daquele espaço e perceber que sem mudar toda a filosofia e toda a lógica de ordenamento territorial que o circunda, este, por muitas intervenções físicas que sofra, porque muitas novas gerências que a Casa de Chá tenha, não deixará de ser aquilo que, infelizmente, é, há quase duas décadas - um espaço perdido para a cidade.
Há 3 décadas atrás, no edifício onde hoje funciona a Polícia Municipal, funcionava, há falta de espaços de ensino, os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade. Milhares de jovens estudantes desaguavam no Parque D. Maria II no intervalo das aulas. Um bulício de gente jovem, um fervilhar de cor, de alegria, de movimento. O parque tinha vida.
Para voltar a ter essa vida, há que levar gente para aquela zona, reabilitar edifícios, instalar serviços (não os de polícia), restaurar o teatro (uma âncora decisiva para devolver o parque à cidade), estimular o mercado da restauração e hoteleiro (em tempos houve ali uma típica pensão).
Mas também concertar ideias e estratégias com o Museu Abade Pedrosa, com a Escola Agrícola e com a Paróquia. Só assim se pode dar um renovado lustro a um dos mais importantes ex-líbris da cidade.

Autor: Pedro Fonseca
In: Jornal "Entre Margens"
Data: 10 de Setembro de 2010

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