sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Soluções são precisas

Tive há poucas horas conhecimento que um importante estabelecimento comercial (um restaurante), no centro de Santo Tirso, estava a ser objecto de uma “invasão” de credores acompanhados pelos respectivos advogados. Arresto e penhora de bens eram as palavras de ordem e, pelo que soube, a tensão era evidente.
Há dias, soube, também, que um outro restaurante, no centro de Santo Tirso, estava a passar por dificuldades. Recentemente, mais um restaurante, também no centro da cidade, fechou as portas.
Três casos, todos diferentes, todos iguais. Por respeito ao bom nome comercial não refiro os seus nomes. O que estes casos representam são apenas a ponta do icebergue. Com o acesso ao crédito fechado, com a subida exponencial das matérias-primas e com o agravamento dos custos operacionais (luz, gás, água, etc.), estas notícias nem sequer se podem dizer que são surpreendentes.
Mas, o que está na base desta grave situação é o trágico afundar das condições de vida das famílias. Com o poder de compra a recuar drasticamente, o corte nas despesas faz-se pelo mais evidente: menos almoços e jantares fora de casa.
Sem querer ser alarmista ou catastrofista, ainda estamos longe do pior. Santo Tirso, não me canso do o dizer (e escrevi-o vezes sem conta no “Jornal de Santo Thyrso” (JST) e continuo a escrevê-lo no jornal “Entre Margens” (EM)) tem de encontrar soluções para os milhares de desempregados que residem no concelho. E é aí que é necessária a intervenção do poder político autárquico.
Antes que haja uma explosão social, e como se vê as tensões já estão latentes, é preciso não nos distrairmos com o acessório. O essencial é lograr criar novos nichos de mercado que absorvam a faixa etária de desempregados entre os 40/50.
Escrevi-o, também, que uma das saídas (não a única, mas é um princípio) é uma aposta forte no artesanato de qualidade, nos produtos típicos da nossa região – com os jesuítas e o licor Singeverga à cabeça -, e no ambiente (avancei há muito tempo com a necessidade de reabilitação das margens do Ave).
O que não concebo nem aceito é que, a curto prazo, os espaços acima referenciados se tornem em outras lojas de pechisbeque (vulgo “lojas dos chineses”, sem qualquer carga xenófoba). Já basta o que está!
Pedro Fonseca
pm-fonseca@sapo.pt

1 comentário:

  1. Caro Pedro Fonseca.

    Eis um artigo de grande pertinência. Os problemas estão diagnosticados: desemprego, falta de empreendedorismo,investimento estratégico, quer a nível do sector público, quer do sector privado. O Vale do Ave precisa urgentemente de um olhar mais atento porque a situação sócio-económica pode entrar num situação de grande tensão e até explosão. Os cortes nos apoios sociais que se avizinham vão agravar ainda mais a situação, tanto no aspecto sócio-económico das familias, como na criminalidade. Hoje mesmo, tive conhecimento de uma onda de assaltos na cidade, uma coisa sem precedentes. Garagens na Rua Torcato Portela com os veículos vandalizados, escritórios e lojas na Rua Sampaio de Carvalho, enfim, tudo numa só noite!!!. As autoridades públicas tem que encarar este problema com seriedade e encontrar
    soluções, pois como diz o Pedro Abrunhosa : VAMOS FAZER O QUE AINDA NÃO FOI FEITO". mãos à obra!!!

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