quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Uma "crise de fé"

Confesso que ando à procura de explicações e de respostas. Preciso delas para poder encorpar um argumentário que seja consistente e credível. Eu sei como chegamos até aqui – essa é fácil. A última década foi um fartar vilanagem, e os últimos anos, conduzidos pelo emigrante parisiense, puseram o País à beira da catástrofe. 

A memória dos homens é curta mas os portugueses não são burros.
Agora é preciso sair daqui. Para isso, há compromissos e opções – o cerne da política. O que me parece é que os compromissos e as opções que estão a ser tomadas não são as mais correctas. E o que mais temo é que o Réu de Paris passe a arguido com atenuantes.

A continuar assim, é isso que vai acontecer. Nesta “crise de fé”, fui recordar o que significa social-democracia. Aproveito para aconselhar os verdadeiros social-democratas a fazer esse exercício, para não se deixarem enganar.

A social-democracia moderna aposta na ideia de um Estado de bem-estar social democrático. Os sociais-democratas tentam reformar o capitalismo democraticamente através da regulação estatal e da criação de programas que diminuem ou eliminem as injustiças sociais inerentes ao capitalismo” – fonte: George Lefranc, in “Socialismo Reformista”.

Foi a defesa do Estado Social, da iniciativa privada, do indivíduo como elemento essencial da transformação da sociedade, e da regulação do mercado, como forma de impedir o livre arbítrio e o capitalismo selvagem, que esteve na génese do PSD.

É com esta cartilha que Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Eurico de Melo, fundam o PPD/PSD, dos pequenos e médios empresários e comerciantes, dos profissionais liberais e dos trabalhadores por conta de outrém, dos funcionários públicos e dos jovens agricultores, das domésticas e dos homens da lavoura. Um partido transversal à sociedade portuguesa. Temo que isso possa estar a mudar.

Post-Scriptum: Com a sua presença no órgão que vai decidir os processos autárquicos no distrito do Porto, Joaquim Couto é o cada vez mais certo candidato do PS em Santo Tirso.

Pedro Fonseca

(artigo publicado no jornal "Entre Margens", em 4 de outubro de 2012)