terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As associações tirsenses

Há alguns dias, a Associação “AMAR SANTO TIRSO” foi convidada para estar presente num encontro com o Bispo auxiliar do Porto, D. João Miranda. O convite era endereçado pelo Padre Celestino Ramos e, por isso, indeclinável.
Acresce que, a iniciativa tinha também o alto patrocínio do Dr. Azuíl Carneiro, um dos sócios fundadores da associação. Assim, eu e Rui Teixeira, vice-presidente da associação, marcamos presença no auditório do salão paroquial.
O espaço estava composto mas longe de estar cheio. Não sei se devido ao seleccionado número de associações convidadas; se pela falta de comparência de muitas; se pelo facto de as ausentes terem preferido o convívio com o primeiro-ministro José Sócrates, que à mesma hora estava na Câmara Municipal.
O Padre Celestino foi eloquente como sempre. Falou na importância da Igreja aproximar-se cada vez mais da sociedade civil, através das associações; conhecer, no terreno, o trabalho daqueles que suprem as lacunas do poder político.
D. João Miranda deu uma lição de grande humanidade e conhecimento. Na sua visão, a Igreja deve ser uma congregadora de esforços, de sinergias, de diferentes maneiras de se atingirem objectivos comuns. Factor de união, conciliadora, presente, disponível.
Exemplificou: os poderes políticos devem colaborar para poderem melhor servir as populações. Em tempo de Natal, disse, não faz sentido oferecerem-se cabazes de Natal às mesmas famílias. Um “recado/conselho” dirigido à Câmara, representada pela vereadora da acção social, e à Junta de Freguesia, na presença do seu presidente.
Também o Padre Celestino sublinhou, com o mesmo exemplo, a necessidade de uma melhor articulação entre estas entidades políticas.
Depois do Dr. Azuíl ter feito a apresentação da “sua” associação – Os Bombeiros “Vermelhos” – cada dirigente associativo presente usou da palavra. Fiquei deveras impressionado.
Santo Tirso tem um movimento associativo rico. Precisa, porventura, de mais colaboração e articulação entre todas as associações e não, como até aqui,  que cada uma reme para seu lado.
Foi para isso, afinal, que se fez este encontro. Está, assim, de parabéns o Padre Celestino pela feliz ideia e por ter contribuído para a presença de D. João Miranda. Espero que seja a primeira de muitas outras.
Post-Scriptum: A última edição da Folha Dominical trazia um artigo sobre este encontro. Quero agradecer ao autor a referência elogiosa à “AMAR SANTO TIRSO”.

Pedro Fonseca
Presidente da Direcção da Associação Cívica "AMAR SANTO TIRSO"

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Soluções são precisas

Tive há poucas horas conhecimento que um importante estabelecimento comercial (um restaurante), no centro de Santo Tirso, estava a ser objecto de uma “invasão” de credores acompanhados pelos respectivos advogados. Arresto e penhora de bens eram as palavras de ordem e, pelo que soube, a tensão era evidente.
Há dias, soube, também, que um outro restaurante, no centro de Santo Tirso, estava a passar por dificuldades. Recentemente, mais um restaurante, também no centro da cidade, fechou as portas.
Três casos, todos diferentes, todos iguais. Por respeito ao bom nome comercial não refiro os seus nomes. O que estes casos representam são apenas a ponta do icebergue. Com o acesso ao crédito fechado, com a subida exponencial das matérias-primas e com o agravamento dos custos operacionais (luz, gás, água, etc.), estas notícias nem sequer se podem dizer que são surpreendentes.
Mas, o que está na base desta grave situação é o trágico afundar das condições de vida das famílias. Com o poder de compra a recuar drasticamente, o corte nas despesas faz-se pelo mais evidente: menos almoços e jantares fora de casa.
Sem querer ser alarmista ou catastrofista, ainda estamos longe do pior. Santo Tirso, não me canso do o dizer (e escrevi-o vezes sem conta no “Jornal de Santo Thyrso” (JST) e continuo a escrevê-lo no jornal “Entre Margens” (EM)) tem de encontrar soluções para os milhares de desempregados que residem no concelho. E é aí que é necessária a intervenção do poder político autárquico.
Antes que haja uma explosão social, e como se vê as tensões já estão latentes, é preciso não nos distrairmos com o acessório. O essencial é lograr criar novos nichos de mercado que absorvam a faixa etária de desempregados entre os 40/50.
Escrevi-o, também, que uma das saídas (não a única, mas é um princípio) é uma aposta forte no artesanato de qualidade, nos produtos típicos da nossa região – com os jesuítas e o licor Singeverga à cabeça -, e no ambiente (avancei há muito tempo com a necessidade de reabilitação das margens do Ave).
O que não concebo nem aceito é que, a curto prazo, os espaços acima referenciados se tornem em outras lojas de pechisbeque (vulgo “lojas dos chineses”, sem qualquer carga xenófoba). Já basta o que está!
Pedro Fonseca
pm-fonseca@sapo.pt